A companhia aérea estatal da Argentina comunicou que, em 2025, não irá necessitar de recursos do governo federal para sustentar suas operações — algo inédito desde a sua reestatização em 2008. A informação foi oficializada por meio de uma carta enviada ao secretário de Transportes, Franco Mogetta, no dia 28 de abril, e divulgada à imprensa nesta quarta-feira (30).
De acordo com a empresa, essa projeção de independência financeira marca um importante ponto de virada para o setor aéreo argentino, que tem sido foco de reformas intensas pela atual gestão do presidente Javier Milei. A estratégia do governo busca cortar gastos públicos e atrair investimentos privados, especialmente em setores historicamente deficitários.
Ao longo dos últimos 17 anos, a Aerolíneas Argentinas acumulou prejuízos significativos, com um déficit médio anual de aproximadamente US$ 400 milhões. Nesse mesmo intervalo, estima-se que a companhia tenha recebido cerca de US$ 8 bilhões em subsídios estatais para manter suas atividades.
Contudo, desde que Milei anunciou, ainda durante a campanha presidencial, a intenção de privatizar a empresa, os administradores da estatal implementaram uma série de ajustes internos que já demonstram impacto nos números. Segundo o comunicado da companhia, as mudanças possibilitaram um resultado operacional positivo de US$ 20,2 milhões em 2024.
Entre as medidas adotadas estão a redução de 15% no quadro de funcionários, a suspensão de rotas consideradas economicamente inviáveis e o encerramento de agências físicas espalhadas pelo país. Essas decisões, segundo a empresa, foram cruciais para a recuperação financeira e para a construção de uma estrutura mais eficiente.
“A companhia não precisará de fundos do tesouro do país”, destacou o comunicado, enfatizando a nova fase da Aerolíneas sob uma gestão mais enxuta e orientada por resultados.
A notícia é particularmente simbólica para o governo de Milei, que vem enfrentando resistência de setores sindicais. A autonomia anunciada da Aerolíneas pode fortalecer o discurso do presidente sobre a viabilidade de reestruturações profundas em estatais consideradas deficitárias. E mais: Italo Ferreira vence na estreia e avança em Gold Coast. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais)