Mais de três anos após adquirir a antiga planta da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), a Great Wall Motors (GWM) está prestes a iniciar oficialmente sua produção no Brasil. A confirmação foi feita por executivos da empresa durante o Salão de Xangai, na China, que anunciaram que a linha de montagem já está preparada para operar.
A produção local do SUV híbrido Haval H6 (foto acima) começa neste mês com as primeiras unidades pré-série, que antecedem os modelos definitivos. Segundo o cronograma, os veículos produzidos nacionalmente devem chegar às concessionárias entre junho e julho.
Neste primeiro momento, a maior parte das peças virá da China, mas o plano da empresa é expandir gradualmente a nacionalização ao longo dos próximos dois anos, visando inclusive o mercado sul-americano.
“Nosso modelo não será um SKD ou CKD. O Haval já está no sistema do programa Mover. Habilitamos peça por peça, algumas inclusive já estão com alíquota reduzida. A fábrica terá duas linhas e cabine de pintura com tanques já dimensionados também para receber a linha de picapes Poer”, detalha Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM Brasil.
Além do SUV, a GWM prepara o lançamento da linha Poer de picapes. O primeiro modelo, com motorização diesel, chega ao mercado em agosto. Já a configuração híbrida plug-in (PHEV), equipada com motor a gasolina, deve estrear no fim de 2025, quando também passará a ser produzida em solo brasileiro.
Segundo Bastos, o portfólio da Poer no país terá duas configurações distintas, inclusive no design. “Não vamos colocar no mercado uma picape apenas para uso na cidade. Teremos um modelo também para o trabalho. Os próprios concessionários pediram a versão a diesel. Temos um motor 2.4 turbo competente que entrega no uso severo. Não será um produto de nicho”, garante o executivo.
Ainda não foram divulgadas todas as especificações técnicas, mas tudo indica que o modelo diesel contará com motor 2.4 turbo de quatro cilindros, transmissão automática de nove marchas e tração 4×4 reduzida. A potência estimada é de 184 cv, com torque de 48,9 kgfm e capacidade de carga de até uma tonelada.
Já a Poer híbrida deve utilizar a mesma plataforma do SUV Tank 300, recém-chegado ao Brasil. O sistema Hi4T combina um motor 2.0 turbo a gasolina com propulsor elétrico, entrega 394 cv e torque de 76,5 mkgf, além de uma bateria de 37,1 kWh que permite recarga rápida. A autonomia no modo elétrico é de até 75 km, de acordo com dados do Inmetro. O veículo ainda conta com a tecnologia “V2L” (Vehicle to Load), que permite abastecer aparelhos eletrônicos diretamente pela bateria do carro.
Segundo a montadora, os dois modelos da Poer atenderão públicos diferentes. Enquanto a versão diesel será voltada ao uso profissional, especialmente no setor agropecuário, a híbrida terá apelo mais tecnológico e urbano.
“Escolhemos (começar a produção no Brasil com) o Haval H6 não só pelo sucesso de vendas do modelo, mas porque o mercado de picapes é mais difícil. Não vamos vender um modelo que só funciona no 4×4 com eletricidade. Na China, somos líderes nesse mercado com modelos a diesel. Portanto, a estratégia não muda. No Brasil, temos uma rede com 27 grupos parceiros e combinamos de expandir para o interior. A Poer vai chegar em regiões onde o agronegócio é forte”, adianta Bastos.
A expectativa é que a GWM encerre 2025 com cerca de 130 concessionárias em todo o país, todas com estrutura de pós-venda. O investimento inicial previsto até 2026 é de R$ 4 bilhões, com mais R$ 6 bilhões planejados até 2032. Parte desse valor será direcionada à criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil, além da futura produção de versões híbridas flex do Haval H6. E mais: Sem depender do Estado, Aerolíneas Argentinas anuncia autonomia financeira para 2025. Clique AQUI para ver.(Foto: reprodução site oficial)