O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou nesta quinta-feira (8) que o leilão da ferrovia EF-118 deverá ser realizado ainda em 2025. O empreendimento, que tem como objetivo ligar Nova Iguaçu (RJ) a Santa Leopoldina (ES), percorrerá 575 quilômetros e visa fortalecer a malha ferroviária da região Sudeste, além de facilitar o escoamento de cargas para portos estratégicos.
“A gente espera levar a Estrada de Ferro-118 a leilão ainda neste ano, no segundo semestre”, afirmou o ministro logo após o leilão da Rota da Celulose na sede da B3, em São Paulo.
Segundo ele, a expectativa do governo é dar continuidade à agenda de concessões ferroviárias, com a possibilidade de lançar outros dois ou três editais no próximo ano.
O atual cenário internacional também contribui para a aceleração desses planos. Renan Filho apontou que tensões comerciais globais vêm impulsionando o interesse de investidores estrangeiros, especialmente da China, no setor de infraestrutura brasileiro.
“Com essa movimentação agora do mercado internacional, em virtude do tarifaço promovido pelos Estados Unidos, está havendo uma movimentação muito grande no setor de infraestrutura, sobretudo com a entrada mais veemente das possibilidades de investimentos chineses no Brasil. E isso melhora ainda mais o ambiente para concessões ferroviárias”, explicou.
O ministro mencionou ainda que a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China nesta semana será uma oportunidade para negociar acordos voltados ao setor ferroviário.
“Dado que o Brasil é um país de dimensões continentais, os investimentos em ferrovias são robustos e eles não conseguem muitas vezes ficar de pé somente com o investimento privado. E como há restrições para o investimento público no nosso Orçamento, a gente precisa ter soluções inovadoras”, completou.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também participou do evento e reforçou a importância de buscar parcerias internacionais para viabilizar projetos ferroviários, citando os altos custos envolvidos.
“Quando o ministro [dos Transportes] Renan fala que não há dinheiro público no Brasil, eu diria até que hoje no mundo [não há dinheiro] para se fazer ferrovias, porque o custo dela é muito maior do que de rodovias. E não há investimento privado no Brasil suficiente. Daí temos que abrir as mentes e acharmos investimentos, parcerias e fundos internacionais para uma parceria com investimento privado nacional”, declarou.
Também nesta quinta-feira, foi concluído com sucesso o leilão da Rota da Celulose, vencido pelo consórcio K&G Rota da Celulose, formado pelas empresas K Infra Concessões e Galápagos Participações. O grupo superou outras três propostas e ofereceu um deságio de 9% na tarifa de pedágio, além de um aporte de mais de R$ 217 milhões.
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, atribuiu o maior interesse de investidores à reformulação do modelo do projeto.
“Nós remodelamos alguns pontos e diluímos alguns investimentos que estavam concentrados no início do projeto e isso melhorou um pouco o ativo do projeto. E agora tivemos a participação mais efetiva dessas empresas”, afirmou.
Apesar de a K-Infra estar envolvida em um processo de caducidade relacionado à concessão da Rodovia do Aço, o ministro dos Transportes demonstrou confiança na nova parceria, destacando a liderança da Galápagos no consórcio.
“Dessa vez ela está em um consórcio. O líder do consórcio não é ela, mas a Galápagos. E também não há nada que impeça a participação dessas empresas que participaram. Por isso é muito importante que o leilão seja feito aqui na B3, o que garante transparência e apuração profunda em relação à participação das empresas”, afirmou.
Renan Filho encerrou sua participação destacando a robustez dos contratos mais recentes de concessão.
“O contrato anterior era bem diferente desses contratos atuais, que são mais modernos e têm uma maior capacidade de ‘enforcement’ para garantir o cumprimento das obrigações”, disse. E mais: Final inédita da Champions League 2024–25 será na Alemanha. Clique AQUI para ver. (Foto: Pixabay)