O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou a marca de R$ 7,5 trilhões, conforme dados divulgados nessa quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional. O montante total cresceu de R$ 7,492 trilhões em fevereiro para R$ 7,508 trilhões em março, refletindo uma elevação de 0,22%, impulsionada principalmente pela incorporação de juros aos títulos.
A DPF, que reúne os débitos do governo federal tanto no mercado interno quanto no exterior, permanece abaixo do intervalo projetado no Plano Anual de Financiamento (PAF), que prevê um encerramento em 2025 entre R$8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.
No caso da Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), emitida em reais, o saldo subiu 0,29%, chegando a R$ 7,199 trilhões.
Em março, o governo resgatou R$ 52,99 bilhões a mais do que emitiu, com destaque para os títulos atrelados à taxa Selic. Ainda assim, o valor da dívida aumentou devido à apropriação de R$ 74,09 bilhões em juros — mecanismo que contabiliza mensalmente a correção dos papéis.
Com a taxa básica de juros em 14,25% ao ano para conter a inflação, os encargos financeiros têm pressionado o crescimento do endividamento. Somente em março, o Tesouro lançou R$ 133,1 bilhões em novos títulos e precisou quitar R$ 186,1 bilhões, em grande parte papéis indexados à Selic.
Na contramão da DPMFi, a Dívida Pública Federal externa (DPFe), emitida em moeda estrangeira, apresentou retração de 1,53% e passou de R$ 314,3 bilhões para R$ 309,5 bilhões. A recente valorização do real frente ao dólar foi o principal fator responsável pela queda.
A reserva de segurança da dívida, chamada de “colchão”, recuou levemente após alta em fevereiro, passando de R$ 889 bilhões para R$ 869 bilhões. Essa quantia cobre 6,72 meses de vencimentos. Para os próximos 12 meses, o governo federal deverá quitar R$ 1,404 trilhão em títulos.
A composição da dívida também mudou. Com a liquidação de muitos papéis indexados à Selic, sua participação na DPF caiu de 47,77% para 46,38%. Já os títulos prefixados — que oferecem rendimento fixo — cresceram de 20,54% para 21,51%. A fatia de papéis corrigidos pela inflação aumentou de 27,51% para 28,01%.
A influência do câmbio no total da dívida caiu de 4,18% para 4,11%, considerando tanto a dívida externa quanto os antigos títulos internos atrelados ao dólar.
O prazo médio da DPF aumentou ligeiramente, de 4,08 para 4,12 anos, indicando maior confiança do mercado na capacidade do governo de rolar suas dívidas no longo prazo.
As instituições financeiras continuam sendo os maiores credores da dívida interna, com 30,5% do total. Em seguida, aparecem os fundos de pensão (24,1%) e os fundos de investimento (21,5%). A participação dos investidores estrangeiros recuou de 9,7% para 9,6%, mantendo a tendência de queda iniciada em novembro, quando chegou a 11,2%.
O governo federal utiliza a dívida pública como instrumento para captar recursos e financiar suas despesas. Em troca, compromete-se a pagar os valores emprestados com acréscimos determinados por índices como inflação, taxa Selic, dólar ou uma taxa prefixada. E mais: Brasil estreia com vitória na Copa do Mundo de Futebol de areia em Seychelles. Clique AQUI para ver. (Foto: Pixabay)