Mais de sete em cada dez brasileiros não têm renda suficiente para cobrir os custos de uma cesta básica considerada ideal, estimada em R$ 432 por indivíduo. A informação foi divulgada pelo Instituto Pacto Contra a Fome na edição mais recente do Boletim Mensal de Monitoramento da Inflação dos Alimentos.

A composição da cesta é definida pelo Núcleo de Epidemiologia e Biologia da Nutrição (NEBIN), levando em conta padrões de alimentação saudável e qualidade nutricional. Em abril de 2025, esse valor correspondia a 21,4% da renda média mensal por pessoa no Brasil, que era de R$ 2.020, conforme dados da PNAD Contínua, divulgados no dia 8 deste mês.

O estudo também apontou que mais de 10% da população nacional — cerca de 21,7 milhões de pessoas — sobrevive com um rendimento mensal inferior ao necessário para custear essa cesta de alimentos.

“Essa estimativa revela que, mesmo sendo um direito garantido, a alimentação adequada está fora do alcance da maioria da população. Nosso objetivo é evidenciar a distância entre a garantia constitucional e a realidade econômica das famílias. Sem monitoramento contínuo e políticas públicas efetivas e baseadas em evidências, o enfrentamento da insegurança alimentar segue ineficaz”, afirma Ricardo Mota, gerente de inteligência estratégica do Pacto Contra a Fome.

O relatório também chama atenção para a elevação dos preços no grupo de Alimentação e Bebidas em abril, que registrou aumento de 0,82%. Esse avanço foi puxado por reajustes significativos em itens como batata (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%), que impactaram fortemente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No mesmo intervalo, o IPCA geral ficou em 0,43%, evidenciando como o aumento dos preços de alimentos tem um efeito mais severo no custo de vida, especialmente entre os que possuem menor poder aquisitivo.

Embora alguns produtos tenham apresentado redução nos preços — como arroz (-4,19%), mamão (-5,96%) e feijão preto (-5,45%) —, os itens básicos e in natura continuam sujeitos às oscilações do clima e da sazonalidade, o que contribui para a instabilidade dos preços.

O levantamento ainda destaca que o impacto da inflação sobre as famílias mais vulneráveis pode ser até 2,5 vezes maior do que sobre aquelas com maior renda. E mais: Bruno Gagliasso aparece ao lado da mãe após anos de afastamento por divergências políticas. Clique AQUI para ver. (Foto: Pixabay)

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