A mais nova análise do Banco Mundial, divulgada nesta quarta-feira (23), traça um panorama preocupante para as economias da América Latina e do Caribe. De acordo com o relatório, a expectativa de crescimento para a região foi novamente reduzida, colocando-a como a de menor expansão entre todas as partes do mundo.
Para o Brasil, a projeção de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 foi rebaixada para 1,8%, abaixo dos 2,2% que haviam sido estimados anteriormente. A revisão reflete uma combinação de fatores externos e internos que têm dificultado a recuperação econômica dos países latino-americanos.
Entre os principais elementos que influenciaram o pessimismo do Banco Mundial estão o adiamento da redução de juros em países desenvolvidos, a desaceleração econômica da China — um dos principais parceiros comerciais da região — e as recentes medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump.
O México também foi duramente impactado: sua estimativa de crescimento para 2025 foi cortada para 0%. A Argentina, por outro lado, teve um alívio momentâneo — a projeção para o próximo ano subiu para 5,5%, impulsionada por um novo acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Durante os encontros da primavera do FMI e do Banco Mundial, realizados em Washington, o vice-presidente do Banco Mundial para a região, Carlos Felipe Jaramillo, alertou que os países latino-americanos precisam “recalibrar suas estratégias e adotar reformas práticas e ousadas”. Segundo ele, é fundamental fortalecer a capacidade de resistir a choques externos e melhorar a eficiência econômica.
William Maloney, economista-chefe da instituição para a América Latina e Caribe, apontou caminhos para destravar o potencial de crescimento da região. Entre as soluções sugeridas estão o investimento em tecnologia, a diversificação dos mercados para exportação e a estratégia de near-shoring — que consiste em transferir unidades industriais para locais mais próximos dos centros consumidores.
A sustentabilidade das finanças públicas segue como preocupação central. O relatório revelou que a dívida pública dos países latino-americanos chegou a 63,3% do PIB em 2024, frente aos 59,4% registrados em 2019. O aumento reflete a continuidade de gastos elevados por parte dos governos.
Enquanto isso, a equipe econômica brasileira apresenta visões distintas. O Banco Central projeta um crescimento de 1,9% para o país ainda neste ano. Já o Ministério da Fazenda, sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adota uma perspectiva mais otimista: prevê crescimento de 2,3% em 2025 e de 2,5% em 2026.
Analistas observam que, apesar da força do agronegócio continuar sendo um dos motores da economia brasileira no curto prazo, o ritmo de crescimento poderá perder força. A inflação persistente e a política monetária restritiva tendem a limitar o crédito e reduzir o consumo nos próximos trimestres. E mais: Hugo Calderano chega ao 3º lugar no ranking mundial após conquista histórica. Clique AQUI para ver. (Foto: Freepik)