Após o fechamento de sua unidade fabril na Argentina, a Nissan seguirá o caminho que a Ford traçou anteriormente no Brasil e atuará apenas como importadora de veículos no mercado argentino. Com essa mudança de estratégia, vários planos foram reavaliados, incluindo o fim da fabricação local da picape Frontier e a desistência do projeto de uma nova picape intermediária baseada na Renault Niagara.
“Nunca fiquei muito entusiasmado com esse projeto. Conheço os bastidores de tudo o que o projeto envolveu. Portanto, não estamos mais considerando”, declarou Ricardo Flammini, presidente da Nissan Argentina. O dirigente ressaltou que a empresa irá agora revisar as previsões de volume de vendas para avaliar novas alternativas.
A picape em questão seguiria o conceito de plataforma compartilhada, como ocorre hoje entre a Frontier da Nissan e a Alaskan da Renault, porém teria um desenho próprio, em desenvolvimento no centro de design da Nissan no Brasil.
Apesar do andamento dos estudos, o modelo que seria produzido na planta de Santa Isabel, na Argentina, ainda não contava com um nome oficial, nem data de lançamento ou definições sobre o sistema de motorização. Havia rumores sobre opções com motor a combustão e versões híbridas, além de tração dianteira ou integral.
Mesmo com a saída da Nissan do projeto, a Renault mantém o desenvolvimento de sua picape de porte intermediário, que terá a missão de substituir a antiga Oroch no mercado.
Parceria
A Nissan e a Renault têm uma parceria estratégica: elas fazem parte da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, um dos maiores grupos automotivos do mundo. Essa relação começou em 1999, quando a Renault comprou uma participação significativa na Nissan (cerca de 36,8% na época), salvando a montadora japonesa, que enfrentava uma grave crise financeira. Em troca, a Nissan também adquiriu participação na Renault (menor, cerca de 15%).
Principais pontos dessa relação:
Cada empresa mantém sua independência (marca, gestão e operação separadas), mas compartilham tecnologias, desenvolvimento de veículos e produção para reduzir custos e aumentar a competitividade.
Há troca de executivos e decisões conjuntas em áreas estratégicas, como eletrificação, motores, plataformas de veículos e inovação. Em 2016, a Aliança ficou ainda maior com a entrada da Mitsubishi, que também se uniu sob a liderança da aliança.
Em 2023, Renault e Nissan anunciaram uma reformulação na parceria, tornando-a mais equilibrada: a Renault reduziu sua participação na Nissan (de 43% para 15%), igualando a participação que a Nissan tem na Renault. Ou seja, a Nissan não é “da Renault”, mas as duas têm uma parceria profunda para cooperação técnica, comercial e de negócios, cada uma com participação na outra E mais: Espanha decreta estado de emergência após apagão que afetou toda a Península Ibérica. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação Renault)