No último sábado (20/01), o Brasil recebeu a primeira remessa com aproximadamente 750 mil doses da vacina contra a dengue, que será disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essas doses fazem parte de um total de 1,32 milhão fornecido pela farmacêutica Takeda, sem custos ao Ministério da Saúde. Uma segunda remessa, com 570 mil doses, está prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível para 2024, 5,2 milhões de doses, que serão entregues ao longo do ano, até novembro.
Devido à capacidade limitada de produção, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas em 2024, já que o imunizante requer duas doses, com um intervalo mínimo de três meses.
A remessa passará pelos processos de liberação da Alfândega e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser enviada ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). O Ministério da Saúde solicitou prioridade nessas etapas, prevendo a conclusão do desembaraço ao longo da próxima semana.
Devido à limitação de produção, critérios foram estabelecidos para a distribuição, em conjunto com Conass e Conasems. Os municípios beneficiados seguirão as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte, alta transmissão nos últimos dez anos e população igual ou superior a 100 mil habitantes. O público-alvo em 2024 serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária com alta hospitalização por dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses.
O Ministério da Saúde divulgará nos próximos dias a lista dos municípios e a estratégia de vacinação. A expectativa é iniciar as aplicações em fevereiro. O Brasil é pioneiro ao oferecer a vacina no sistema público universal, após sua incorporação em dezembro de 2023 pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS).